sábado, 17 de maio de 2008

Obesidade

Considerações gerais

Em pleno século XXI, somos uma sociedade desenvolvida. Mais de metade das pessoas em Portugal têm acesso à Internet; mais de 80% dos Portugueses frequentam a escola até ao ensino obrigatório; cerca de 95% dos lares têm um ou mais aparelhos de TV; a fome já deixou de ser um problema significativo há muito; a rede de estradas assegura uma comunicação rápida entre localidades distantes, comunicação essa que também pode ser feita através dos telemóveis, utilizados pela quase totalidade da população entre os 16 e os 50 anos.

Podemos então considerar-nos ao nível de outros países? Pode a nossa sociedade contemporânea ser superior há de 100 anos atrás? Podemos nós ser um país desenvolvido na verdadeira acepção do termo?

A opinião que tem surgido nos últimos anos é a de que Portugal é, de facto, um país desenvolvido. Mas tal afirmação está passível de se negada. Somos atacados por uma doença social há cerca de 20 anos para cá, que, ao invés de nos alertar para que a combatamos, parece adormecer-nos na sua existência, tornando-nos impotentes. Essa doença é a obesidade.



Esta imagem traduz, de forma irónica, os avanços que a nossa sociedade tem vindo a ter, desde os primórdios da humanidade.

Classificamo-la como social porque, na grande maioria dos casos, é resultante da forma como as pessoas encaram a vida. É por isso resultante de comportamentos tais como o sedentarismo e a falta de cuidado alimentar. É social também porque é resultado do facilitismo que se criou na vida com a introdução das novas tecnologias. Por último, a obesidade é uma doença social porque surge também ela associada ao ritmo frenético de vida da nossa sociedade que, não dando tempo às famílias acerca da qualidade das suas refeições, as torna menos selectivas em relação aos alimentos.

A obesidade é definida como a condição através da qual a gordura acumulada no nosso organismo é de tal forma exagerada que pode intervir negativamente com o equilíbrio interno ou externo do nosso organismo, originando vários problemas. Esta condição crónica de obesidade poderá transformar-se noutras doenças tais como diabetes, doenças cardiovasculares e apneia do sono.

Tal acumulação supérflua de gordura é regida, principalmente, pelos seguintes factores:
  1. Actividade física – Uma prática de desporto regular utiliza a gordura acumulada como combustível para alimentar as células musculares. Ao invés disso, a manutenção de um estilo de vida sedentarista não exige ao corpo um grande esforço pelo que este não queima a gordura que se acumula.
  2. Alimentação – A alimentação deve ser adequada a natureza de cada pessoa, para que cada um consuma o número de calorias e o tipo de nutrientes necessários à sua manutenção em equilíbrio com o meio externo e, sobretudo, interno. No caso de a alimentação ser deficiente, o corpo irá buscar energia necessária para o seu metabolismo natural às acumulações de gordura, pelo que estas serão reduzidas. No caso de alguém comer demasiado, o corpo acumulará essas calorias supérfluas sob a forma de gordura.
  3. Metabolismo – Cada pessoa tem o seu metabolismo. Assim, de acordo com os factores genéticas de cada indivíduo, haverá pessoas com um metabolismo muito rápido que queima a gordura a toda a velocidade e pessoas com um metabolismo muito lento, que não queimam quase nenhuma.
  4. Saúde – As fugas ao equilíbrio normal do organismo com os meios interno e externo, quando motivadas por doença, podem causar problemas. Há doenças que atrasam o metabolismo ou que provocam mais fome. Essas irão gerar acumulação de gordura corporal. Outras doenças irão gerar perda de apetite ou suores muito intensos que terão como consequência a redução da quantidade de gordura presente no corpo.
  5. Medicação – alguns medicamentos têm, como efeito secundário, o aumento do apetite ou diminuição deste. Isso gera alterações nos níveis de gordura acumulados pelo indivíduo.
  6. Temperatura – A temperatura a que a pessoa está sujeita é um factor determinante para a constituição física. Se uma pessoa está sempre em climas quentes, transpirando muito, irá perder muita da gordura acumulada. Se, ao invés a pessoa nunca tiver calor, nunca suará e nunca perderá essa gordura.


A prática de desporto é mesmo a melhor forma que temos para manter um peso saudável.



Realidade Portuguesa

O que acontece em Portugal pode ser descrito numa frase: Come-se demais, mexe-se de menos, engorda-se demais e vive-se de menos.

No nosso país, a refeição é vista como um momento de prazer e nunca como uma oportunidade de melhorar a nossa saúde. Temos de aprender que nem sempre a refeição deve ser tão saborosa como estamos habituados. Também há alimentos menos saborosos que proporcionam consequências positivas para o nosso organismo e não deve ser esquecidos.
Também há o problema do sedentarismo. Em Portugal não se considera que o bem-estar seja estar activo e capaz de dar o seu contributo para a sociedade. Mas isso é errado. Ser feliz e estar bem é algo que depende da capacidade que nós alcançamos para conseguir fazer coisas. Um cidadão Português que não se movimente se a isso não for obrigado pode pensar que é feliz, mas, de facto, só o pensa. Há que manter hábitos desportivos e recreativos. Há que ver o lado positivo de nos “cansarmos”.

Os portugueses estão a seguir por um caminho sem saída. O problema da obesidade infantil ainda é mais grave. Cerca de 50% crianças em Portugal já apresenta excesso de peso. Este indicador é derivado, principalmente, do consumo excessivo de gorduras e doces (associado, muitas vezes, ao consumo de “fast food” acompanhado de um conjunto de práticas sedentárias associadas ao uso e abuso dos computadores, consolas e TV. As novas tecnologias roubam muito tempo às crianças portuguesas que, para além disso, não sabem organizar o seu tempo para realizar desporto. Este problema torna-se mais grave quando nos apercebemos que a tendência é para piorar. Além disso, uma ordem lógica da vida de um indivíduo sugere que mesmo as pessoas que são sempre magras acumulam muita gordura com o passar dos anos, sobretudo a partir dos 40. Assim, se as pessoas do futuro (que são as actuais crianças obesas) já tiverem excesso de peso quando chegarem aos 40 anos, o problema irá piorar muito.



A obesidade infantil é um problema do presente que terá severas consequências no futuro.


Portugal é um dos países europeus com maior incidência de doenças cardiovasculares. Tal facto é, decerto, devido a maior percentagem de pessoas obesas que existe neste país por comparação com os outros. Também a diabetes ataca mais os portugueses que os seus parceiros europeus, assim como o colesterol, pelas mesmas razões.


Obesidade mórbida


Existe uma forma de cálculo através da qual podemos ver se o nosso peso é o ideal, o IMC (índice de massa corporal). O valor do IMC de cada pessoa obtêm-se através da divisão do seu peso pelo quadrado da sua altura.

IMC = peso (quilogramas) / Altura2² (metros)

Assim são estabelecidos vários intervalos de valores para o IMC:
  • Muito magro – menos de 18.4
  • Peso ideal – entre 18.5 e 24.9
  • Peso a mais (pré-obesidade) – entre 25 e 29.9
  • Obesidade de grau I – entre 30 e 34.9
  • Obesidade de grau II – entre 35 e 39.9
  • Obesidade de grau III – mais de 40
É chamada obesidade mórbida à obesidade de grau III. Para se ter uma ideia, uma pessoa com 1,80 metros, se tiver obesidade mórbida poderá pesar mais de 130 quilogramas.

Este grau de obesidade pode trazer muitos riscos para quem o tiver. O risco para a saúde é elevadíssimo. Mas, por incrível que pareça, os casos de obesidade não se ficam por aqui. Já existiram homens que pesaram meia tonelada e o seu índice de massa corporal era de mais de 150. Essas pessoas não se conseguiam mover sequer. No entanto esses caso são, na maior parte das vezes, causados por erros médicos ou mutações genéticas.

Prevenção da obesidade

Há várias formas de nos precavermos contra esta doença. Basta interpretar os sinais. O fundamental é nunca perder o controlo do peso corporal. Para prevenir a obesidade é fundamental seguir os próximos conselhos:
  1. Comer até ao ponto em que se sinta satisfeito e não inteiramente cheio. Não é por você comer muito de cada vez que terá necessidade de comer menos vezes;
  2. Tentar beber muita água. A água é uma substância boa para emagrecer. Para além de tirar espaço no estômago, produzindo a sensação de saciedade mais cedo, a água ajuda a eliminar do organismo as substâncias das quais ele não precisa (gordura incluída);
  3. Ao comer, consulte sempre a informação nutricional que acompanha os produtos na embalagem dos mesmos. Tente evitar alimentos com muita gordura e com muitos açúcares;
  4. Pratique algum tipo de actividade física, mesmo que seja andar. A actividade física, como já foi dito, queima gordura;
  5. Se puder, frequente uma sauna. Suar, para além de limpar os poros da pele, ajuda a retirar do corpo substâncias tóxicas, eliminando também calorias;
  6. Analise as características dos seus familiares. Se tem na família muitas pessoas com excesso peso, talvez o seu metabolismo favoreça a acumulação de gordura. Caso isso se verifique, deve ter cuidados redobrados com o seu peso.
  7. Nunca tome qualquer medicamento sem ter consciência dos efeitos secundários que este tem. Muitos medicamentos provocam o aumento da disponibilidade orgânica para acumular gordura.


Tente evitar o “fast food”. Este tipo de comida tem grandes quantidades de açúcar e gordura, que prejudicam a saúde de todos nos.



Tratamento da obesidade

Quando a obesidade chega ao seu grau III, já poucos tratamentos têm resultados, até porque a pessoa já não possui disponibilidade física para acompanhar o tratamento com procedimentos correctos.

No entanto, para o combate do excesso de peso são comuns dietas e ingestão de suplementos queimadores de gordura, os “fatburners”.




Alguns suplementos nutricionais, como a L-Carnitina, para além de não serem suficientes, têm efeitos secundários.


O que acontece é que as dietas não fazem milagres desde que não haja colaboração por parte da pessoa. Os suplementos (que sozinhos também não fazem nada), para além de serem caros, trazem alguns efeitos secundários que são, por vezes, indesejáveis.

Uma outra esperança tem surgido, para as pessoas com excesso de peso, nos últimos anos: as cirurgias.

Existem as simples lipoaspirações (remoções de gordura localizada) mas também já existem as cirurgias ara introdução de banda gástrica. Estas cirurgias, que nos últimos anos têm tido bons resultados, consistem na colocação de um anel mais apertado em volta da parte superior do estômago do paciente. Como os receptores que indicam ao cérebro a sensação de saciedade estão localizados na parte superior do estômago, o paciente começará a comer menos, sentindo-se cheio mais depressa. Fará, por isso, uma dieta “obrigatória”.



As cirurgias são, actualmente, as formas mais eficazes de tratar /controlar o problema da obesidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao queria acreditar mas aqui esta toda a informação que se precisa de saber sobre a obesidade. Tem informação mais útil que aquela que costumam (por exemplo) apresentar na TV. É de louvar actividades como esta!

Anónimo disse...

de facto e bem melhor seguir indicações para emagrecer neste blogue que por outros locais...