sábado, 17 de maio de 2008

Metabolismo

A palavra metabolismo é comummente usada para referir todo o conjunto de transformações químicas que certas substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. Assim, pode-se falar de metabolismo humano como os processos que originam a síntese de compostos químicos através de outros compostos, no interior do corpo humano.



É através da alimentação que obtemos os nutrientes essenciais para o metabolismo orgânico.

Já quando falamos de metabolismo celular, referimo-nos a todas essas alterações químicas no seu contexto celular, ou seja nas reacções químicas ocorrentes no interior da célula, que estão relacionadas com a obtenção de energia por parte do organismo, tendo como fontes os nutrientes ingeridos. Por isso, são essenciais ao organismo todos os processos metabólicos, constituindo estes a “base da vida”.

Tipos de metabolismo

O metabolismo é, quase sempre, dividido em duas categorias: anabolismo e catabolismo.

O anabolismo é o tipo de metabolismo em que é produzida nova matéria orgânica. Assim, de compostos simples, formam-se compostos mais complexos, recorrendo ao gasto de energia, armazenada no ATP (adenosina tri-fosfato – composto orgânico que armazena energia. Quando tal energia é necessária, o ATP transforma-se em ADP – adenosina di-fosfato, que tem menos um fosfato. Como esse fosfato transporta energia, “cola-se” à substância que necessita dessa energia, possibilitando a desenrolar da reacção química orgânica).

O catabolismo, pelo contrário, é um tipo de metabolismo em que não é produzida nova matéria orgânica. Neste caso, substâncias complexas são transformadas em substâncias mais simples. Como neste processo ocorre transformação de ADP em ATP, o balanço energético final da reacção é positivo. Conclui-se então que através deste processo o organismo pode armazenar significativas quantidades de energia.



Quando estamos doentes, perdemos peso devido ao aumento da velocidade de catabolismo.

Há que referir que ambos os processos necessitam da acção de enzimas, substâncias específicas, geralmente proteicas, que aceleram (catalisam) as reacções metabólicas. Sem estas substâncias, não haveria hipótese de ocorrer qualquer metabolismo.

O organismo procura manter-se em equilíbrio com o meio, ou homeostasia. Para que isso aconteça, num dado momento, as velocidades do catabolismo e anabolismo devem ser idênticas. Mas pode acontecer a velocidade anabólica ser superior, pelo que o organismo ganha peso ou a velocidade catabólica ser superior (em casos de doenças ou jejum), ganhando peso. Quando acontecem desequilíbrios metabólicos, o organismo entra em desequilíbrio com o meio. A única forma de recuperar é haver outro desequilíbrio de velocidades, mas no sentido oposto, de forma a colmatar a diferença ocorrida.

Metabolismo dos macro nutrientes

Tendo em conta que os macro nutrientes são proteínas, lípidos e glícidos, são estas as principais substâncias que o nosso organismo processa através do metabolismo



Quadro referente ao metabolismo digestivo do ser humano. Neste quadro, são apresentados os agentes activadores do metabolismo (enzimas), os locais onde estes agentes são produzidos, o substrato onde actuam (molécula orgânica onde originam a reacção química), os produtos resultantes (substâncias formadas pela reacção do substrato quando este está em contacto com a enzima e os locais de actuação (divisões do organismo onde tais processos ocorrem. Tendo em conta a complexidade das designações atribuídas a cada substrato/produto resultante, enquadramos estes em 3 categorias: glícidos (a azul), proteínas (a rosa) e lípidos (a cinzento). Dado que os ácidos nucleícos não são nutrientes, as categorias com estes relacionas estão a branco.

Através do quadro podemos ter uma ideia dos locais onde ocorre o metabolismo e dos mecanismos usados. Mas, o ser humano, não possui apenas uma digestão extra-celular (exterior à célula) mas também uma digestão intracelular (no interior da célula).

No fim de incorporados no sistema circulatório, os nutrientes (que foram absorvidos pelas saliências ou vilosidades da parede do intestino delgado) são distribuídos pelas células do organismo, assim como o Oxigénio também o é. Mas o processo de entrada desses nutrientes nas células (endocitose) não é, de todo, simples. Existem três tipos de endocitose: a pinocitose (em que as substâncias são dissolvidas em fluido, de forma a melhor atravessarem a membrana celular); a fagocitose (em que a célula emite prolongamento chamados de pseudópodes, capazes englobarem uma grade quantidade de substância nutritiva e a transportarem para o interior da célula) e a endocitose mediada por receptor (na qual há a existência de vesículas específicas que se formam na membrana celular e transportam as substâncias para o meio intracelular.



As vilosidades existentes no epitélio intestinal maximizam a zona de absorção de nutrientes, tornando essa absorção muito mais eficaz.


Após tais processos de incorporação de nutrientes, ocorre a digestão propriamente dita. Os nutrientes agrupam-se em vesículas que, ao receberem os lisossomas (pequenos corpos resultantes da acção das células) se transformam em vacúolos digestivos. É nestas estruturas que ocorre a digestão final dos nutrientes.



Descrição gráfica do processo da fagocitose.

Como em qualquer processo de aproveitamento orgânico, também na digestão intracelular há resíduos, que necessitam ser expelidos. Tal acção é levada a cabo por um mecanismo a que se chama exocitose. Os produtos expelidos são, genericamente, Dióxido de Carbono, toxinas e água.

O metabolismo humano é responsável pela degradação de macro moléculas em moléculas simples, os monómeros, sendo estes:


Assim, e como observámos na tabela que descreve as transformações orgânicas no interior do organismo, os glícidos sofrem alterações metabólicas até se transformarem em frutose, glicose e galactose, que são exemplos de monossacarídeos. Os lípidos sofrem também alterações até se transformarem em ácidos gordos e glicerol. Já as proteínas, sofrem também alterações até se encontrarem sob a forma de aminoácidos.

Como seria impossível às células assimilar uma proteína inteira, eles são transformadas em aminoácidos absorvíveis. O mesmo se aplica no caso de glícidos e lípidos. É portanto aí que reside a maior importância do metabolismo.

Por outro lado, é também o metabolismo que assegura a nossa homeostasia, produzindo o nosso calor corporal, responsável pelo funcionamento normal do nosso organismo. Se tal equilibro não se verificasse, teríamos sérios problemas e, num prazo muito curto, morreríamos.

Acelerar o metabolismo

Como foi falado anteriormente, um aumento da velocidade de catabolismo (genericamente dito como aumento da velocidade do metabolismo) conduz a uma perda de peso, pois a velocidade do anabolismo é inferior. Podemos conseguir acelerar a velocidade do catabolismo, com intuito de perder peso, fazendo algumas coisas, tais como:
  • Fazer exercício físico regularmente;
  • Comer várias vezes ao dia;
  • Comer pouco de cada vez;
  • Beber água várias vezes ao dia, não muita de cada vez.


Pesquisas científicas descobriram que algumas substâncias, entre as quais a cafeína, podem ajudar a acelerar o metabolismo, ajudando a pessoa a perder peso.


Assim, o aceleramento do catabolismo constitui uma boa resolução para o problema da obesidade, que é cada vez é mais significativo em Portugal, bem como nos restantes Países Desenvolvidos.

Dimensão genética do metabolismo humano


Há que ter em conta que há diferenças metabólicas entre as pessoas. Muitas pessoas comem muito e, sem fazer exercício, continuam magras. Outras, comendo pouco e fazendo exercício, apresentam excesso de peso.

Assim, as pessoas podem ser endomorfas, tendo tendência para engordar, ectomorfas, tendo tendência para permanecer magras ou mesomorfas, tendo tendência para manter um peso recomendável. Não basta por isso seguir modelos de dietas tipo para atingir a forma física ideal pois o tipo de metabolismo da pessoa influencia em muito a forma como o seu corpo é constituído.

Características do endomorfo:
  • Alto percentual de gordura;
  • Peso maior do que altura;
  • Acumulam gordura facilmente, principalmente na região da barriga;
  • Corpo de aparência redonda;
  • Dificuldade em perder peso;
  • Baixa definição muscular;
  • Musculatura relativamente desenvolvida, escondida pela gordura;
  • Braços e pernas curtos;
  • Mãos e pés pequenos em comparação ao corpo;
  • Pele macia;
  • Cabelo fino;
  • Cabeça em forma esférica;
  • Rosto largo.
Características do mesomorfo:

  • Corpo atlético, forma rectangular:
  • Peso e altura equivalentes;
  • Boa relação massa/altura;
  • Boa massa muscular;
  • Boa postura;
  • Ganham músculos facilmente;
  • Pele espessa;
  • Acumulam mais gordura do que os ectomorfos;
  • Ombros largos;
  • Cumprimento médio de braços e pernas;
  • Boa estrutura óssea;
  • Cintura baixa (tórax grande);
  • Ossos e músculos da face proeminentes;
  • Cabeça oval;
  • Cabelos grossos.
Características do ectomorfo:
  • Magro e longo;
  • Altura maior do que o peso;
  • Baixo percentual de gordura;
  • Dificuldades em ganhar massa muscular;
  • Aparência frágil;
  • Pele fina;
  • Postura curvada;
  • Peito plano;
  • Ombros estreitos e levemente caídos;
  • Ossos leves;
  • Articulações pequenas;
  • Braços, pernas, dedos e pescoço longos;
  • Cintura alta (tórax pequeno);
  • Cabeça estreita;
  • Cabelos finos.


Apresentação das diferenças entre as silhuetas de ectomorfos, mesomorfos e endomorfos.

O facto de alguém ser meso, endo ou ectomorfo, deriva da informação genética da pessoa, ou seja, é herdado dos seus antepassados. Por isso se notam parecenças na estrutura física entre pessoas da mesma família.
Além disso, nota-se que diferentes pessoas têm diferentes pontos de acumulação de gordura, isto é, uma mulher pode ter tendência em acumular gordura na barriga e nas ancas, enquanto outra terá mais tendência para a acumular nas pernas, ou nos braços. Estas pequenas diferenças também têm em conta informação genética. Este factor genético contribui, mais uma vez, para a uniformização da aparência física entre pessoas da mesma família.

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