sábado, 24 de maio de 2008

Alimentação

A alimentação em Portugal
Portugal é um país de uma riqueza gastronómica ímpar. De facto, somos dos países que regista mais criatividade e sabor na alimentação. Este facto é, sem dúvida, muito positivo para o nome do país. No entanto, ao nível da prática de uma alimentação correcta, Portugal não tem um bom registo. E a culpa não é, de todo, da nossa gastronomia. Os portugueses conseguem praticar uma alimentação muito incorrecta mesmo sem recorrer aos pratos maravilhosos concebidos pela nossa cultura.

O típico Português costuma levar uma alimentação deste tipo:
  • 3 Refeições diárias (pequeno almoço, almoço e jantar);
  • Um pequeno-almoço muito leve, normalmente constituído por um café, pão e manteiga ou qualquer outra substância que acompanhe pão;
  • Em almoço muito farto, em que se acompanha carne ou peixe com uma leguminosa;
  • Um jantar muito farto também, do mesmo estilo do almoço;
  • Quanto à bebida que acompanha almoço e jantar é, geralmente, vinho ou cerveja.
  • As porções alimentares derivadas dos animais são, quase sempre, muito ricas em gordura;
  • As diferentes refeições têm pouca variedade alimentar. Os pratos repetem-se muitas vezes ao longo da semana.




Não obstante ser um prato saboroso e ser um símbolo da cultura gastronómica portuguesa, o cozido à
portuguesa é um prato demasiado calórico para ser consumido com frequência.


Principalmente as gerações mais jovens têm também o hábito de consumir refeições rápidas, ou “fast food”. Este aumento do consumo de refeições rápidas é um problema social porque deve-se, sobretudo, ao aumento do ritmo de vida que destrói a harmonia familiar, tornando as refeições em família momentos muito raros. Estas gerações, embora também ingiram álcool, não têm por hábito ingeri-lo à refeição, preferindo os refrigerantes.



As batatas fritas são alimentos super calóricos que são consumidos em quantidades exageradas, principalmente pelas camadas mais jovens.

Notamos que a dieta típica dos Portugueses tem sérias deficiências. Uma alimentação correcta, desde logo, obriga à tomada de mais do que 3 refeições diárias. No caso português, pouca gente toma um lanche pela tarde. Só quase os adolescentes e crianças, por estarem em crescimento, é que o fazem.

Outro facto, não referido anteriormente, que atesta as deficiências alimentares dos portugueses é a falta do consumo de água. Devem-se beber mais de litro e meio de água diariamente. No entanto, o costume de beber água não está incutido nos portugueses, a não ser nas épocas de grande calor. Além disso, a maior parte dos portugueses também revela um certo desprezo pela sopa. Assim, ainda menos possibilidades têm de ingerir as quantidades de água recomendadas.




Os portugueses não bebem tanta água como deviam. Este aspecto vai, a pouco e pouco, gerando preocupação por parte da comunidade médica.

O consumo exagerado de gordura é outro grande problema. Os Portugueses não têm a mente aberta para os problemas nutricionais. Pequenos gestos como tirar a pele das aves não são, quase nunca, feitos. Um excesso de calorias sob a forma de gordura é ingerido diariamente e, o pior, é que as crianças também fazem parte destes números. Elas não recebem a mínima educação alimentar e acabam por desenvolver problemas de distúrbio alimentar. É, principalmente pelo elevado consumo de gorduras que os portugueses lideram estatísticas indicativas de doenças cardiovasculares, diabetes e colesterol.

O consumo de doces é, por analogia com o consumo de gordura, exagerado em Portugal. Principalmente as crianças, têm o gosto de ingerir sobremesas após as refeições. Não há nada de mal em consumir sobremesas. Mas a quantidade e o número de vezes que as crianças portuguesas o fazem é preocupante. Ao não se sentirem obrigadas a recusar este tipo de gostos, as crianças começam desde cedo a desenvolver distúrbios alimentares. A obesidade infantil nunca esteve tão alta em Portugal como nos últimos anos.



Os doces são uns dos principais responsáveis pelo grande problema da obesidade infantil.

O consumo de fibras alimentares é deficitário. Indo ao encontro da restante União Europeia, em Portugal não se consomem muitos alimentos de origem vegetal, o que baixa a quantidade de fibras ingeridas, originando problemas de trânsito intestinal. Estima-se que os Portugueses sejam dos povos europeus que mais sofrem de problemas de cariz gastrointestinal. Associado ao baixo consumo de vegetais está o baixo consumo de fruta. É notório o decréscimo do consumo de fruta entre os portugueses. Apesar das campanhas a favor do consumo destes alimentos, a tendência é para piorar. Assim, a ingestão de sais minerais e vitaminas torna-se, também, bastante insatisfatória.

O consumo de álcool também é exagerado. Em Portugal, muitas pessoas, especialmente homens com mais de 35 anos fazem um consumo alcoólico tão exagerado às refeições, que se pode dizer que o prato principal é o vinho ou a cerveja, sendo a comida um simples acompanhamento.

Alimentação correcta


Para mantermos uma alimentação correcta devemos orientar-nos por certos parâmetros, tentando nunca nos desviarmos muito deles.

O papel dos factores genéticos na longevidade humana está mais que provado. No entanto, nem só a genética permite um envelhecer mais tardio e controlado. Em relação à alimentação, a longevidade está também ligada aos antioxidantes. Acredita-se que sejam eles os principais responsáveis pela longevidade, pelo que o seu consumo deve ser aumentado.

Mas nem só o consumo de antioxidantes é importante. Para sintetizar as considerações acerca de uma alimentação saudável e equilibrada são, comummente, usadas as rodas ou pirâmides alimentares. As pirâmides alimentares indicam-nos as quantidades de alimentos que devemos ingerir para nos mantermos devidamente nutridos. Ultimamente, foram efectuadas mudanças na pirâmide alimentar, pelo que, o modelo que aqui apresentamos reflecte essas alterações, introduzidas, sobretudo, devido a novas pesquisas científicas.


A nova pirâmide alimentar comporta 9 grupos alimentares, tendo também em conta mais dois grupos, o do álcool e o das vitaminas. Uma das alterações mais controversas na pirâmide alimentar foi a introdução do exercício físico na base da pirâmide alimentar, dando, assim, tanta importância ou mais a este factor do que a qualquer outro grupo alimentar.

Ao seguirmos as indicações seguidas na pirâmide alimentar, comendo pouco de cada vez e muitas vezes, bebendo muita água, mantendo uma alimentação variada, etc., estaremos a agir de forma correcta e conseguiremos obter uma alimentação muito saudável.

Uma alimentação correcta proporciona:
  1. Melhoria da saúde física;
  2. Maior rendimento físico;
  3. Maior rendimento académico/profissional;
  4. Maior autoconfiança;
  5. Melhoria do sistema imunitário.


Alimentação desportiva

Quando alguém começa a praticar um desporto importa perguntar a si próprio, quais as alterações alimentares que deve efectuar par se manter em equilíbrio com o meio. Mas como responder correctamente a esta pergunta? Quais serão os procedimentos a ter conta para adaptar a nossa dieta à nossa nova actividade física?

Em primeiro lugar, deve haver uma consciência acerca do fenómeno da nutrição. Se a nutrição é a reposição de nutrientes no corpo para que ele se mantenha em equilíbrio, deve haver um certo número de calorias que consegue adaptar-se muito bem a cada pessoa. Esse número de calorias é o gasto calórico basal.

Mas, há que pensar na complexidade dos gastos calóricos do organismo. Se é verdade que cada um tem um gasto calórico basal diferente, por factores genéticos ou outros, também temos que considerar que cada pessoa tem uma vida diferente, com tarefas e actividades diferentes. Assim, quando começamos a praticar uma actividade física, devemos saber quantas calorias adicionais temos de incluir na nossa dieta, tendo em conta as características do esforço dispendido nessa actividade.

Seguidamente está presente um quadro com o gasto calórico de algumas actividades físicas mais comuns.



Chegamos à conclusão que, para qualquer actividade física adicional, temos sempre de aumentar o número de calorias na nossa alimentação, comendo mais. Mas este comer mais não é meramente um aumento dos alimentos. É um aumento da quantidade de nutrientes. E, para cada tipo de actividade física, interessa saber qual o tipo de nutrientes que se deve aumentar mais.

De facto, existe uma distinção entre certos tipos de desportos, que nos permite generalizar certos aspectos. Assim sendo:
  • Caso o desporto em questão seja caracterizado por um esforço intenso e de curta duração, devemos aumentar a nossa ingestão de proteínas. Os desportos deste tipo necessitam de uma musculatura forte, a qual só é possível atingir através de uma vasta ingestão proteica
  • Caso o desporto em questão seja caracterizado por um esforço mais leve e de maior duração, devemos aumentar a nossa ingestão de hidratos de carbono. Os hidratos de carbono são as nossas fontes de glicose (= energia). Por isso, ao aumentarmos o seu consumo, estamos a disponibilizar mais energia, que pode ser utilizada durante os esforços de longa duração, nas alturas em que o organismo começa a quebrar.
São também de referir mais quatro aspectos:
  • Deve-se aumentar o consumo de água, para que o organismo se mantenha sempre devidamente hidratado;
  • As vitaminas, cujas funções biológicas são determinantes para a boa resposta do organismo aos estímulos desportivos também não devem ser esquecidas;
  • Os sais minerais devem também ter especial atenção na dieta de um atleta, pois tem funções relacionadas com a recuperação e a prevenção e tratamento de lesões;
  • O consumo de gorduras deve continuar a ser baixo.
De qualquer forma, quando se inicia uma actividade desportiva, quer por meio amador, quer por meio profissional, deve sempre procurar-se a ajuda de um nutricionista de forma a obter uma opinião mais centrada em cada um dos atletas. O próprio nutricionista pode, se achar necessário, receitar suplementos nutricionais que são uma óptima escolha para complementar uma alimentação rica e variada.



Na chave de um bom desempenho desportivo está um alimentação correcta, acompanhada, sempre que possível, por profissionais competentes.

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